Figurinha é dinheiro: use o álbum da Copa para ensinar finanças às crianças

Planejamento, valor do dinheiro e negociação são tópicos que podem ser abordados

Educação Financeira e Previdenciária -
24/11/2022

A bola já está rolando no Catar, fazendo crescer o alvoroço para completar o álbum de figurinhas da Copa. De quatro em quatro anos, a história se repete: crianças – e muitos adultos, claro – se empenham em preencher as suas páginas, que nesta edição traz 670 cromos.

Você já pensou que, de pacotinho em pacotinho, o álbum da Copa é uma oportunidade de aprender lições importantes sobre finanças pessoais desde cedo? Pois é, com ele é possível abordar temas sobre negociação, autonomia e a diferença entre desejo e necessidade.

Lição 1: objetivos e planejamento

Pais, avós e tios, um aviso importante: a lição sobre espera, constância e planejamento será melhor aprendida se a família não sair comprando mais e mais pacotinhos. Além da alta probabilidade de virem muitas figurinhas repetidas, resolver tudo “em casa” limita conversas o valor do dinheiro e a importância das decisões financeiras que as crianças tomarão no futuro.

“Uma das principais lições que aprendemos aqui é a organizar o conceito de traçar objetivos e metas. Se agora estamos falando de um álbum, no futuro essa criança pode vir a ser um adulto que vai entender muito melhor como se organizar para conquistar o sonho da casa própria ou para juntar dinheiro e fazer aquela viagem dos sonhos”, analisa a educadora financeira e cientista comportamental Lai Santiago.

Lição 2: decisões estratégicas

Coloque os custos no papel com as crianças. O álbum do Catar tem espaço para 670 figurinhas. Para completá-lo, é preciso comprar, no mínimo, 134 pacotinhos a R$ 4 cada, o que significa um investimento inicial de R$ 534.

Só que nas contas do matemático paranaense Guilherme Miguel Rosa, dono do canal Matemática em Exercícios, no YouTube, se você não trocar cromos com ninguém, serão necessários R$ 3.797 para alcançar a meta. Recorrendo-se a apenas um amigo, diz Rosa, seria possível reduzir este custo para R$ 2.524. Já trocar cromos com 19 amigos e conhecidos traria a conta final para um valor próximo dos R$ 1.000.

A troca de figurinhas, além de uma diversão em si, ensina sobre estratégias e negociação. Segundo Lai Santiago, o grande diferencial é que a criança conquista aquilo que mais precisa: a orientação e a colaboração dos adultos.

“Essa condição fazerá toda a diferença. Você pode provocar muito mais impacto no raciocínio sobre o uso do dinheiro quando está ao lado do seu filho, ensinando não só sobre a importância de comprar, mas de trocar, de tomar outras decisões estratégicas”, afirma ela.

Lição 3: habilidade de negociar

As trocas também desenvolvem competências socioemocionais e estimulam a convivência social. As negociações, mesmo que não sejam as melhores, levam ao aprendizado e estão vinculadas a uma vida financeira saudável. Grandes lições como honestidade e ética podem ser incluídas no processo.

“Criança aprende brincando, e de nada adianta forçar ou pular etapas no processo. Cada criança terá seu próprio ritmo e pode se interessar mais ou menos pelo tema. A regra é: faça isso de forma leve, lúdica, com direcionamento e respeitando o estágio de aprendizado do seu filho”, finaliza a educadora financeira.

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Comunicação Social da FUNCEF

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