Como discutir o orçamento com a família

Lembrar que cada fase da vida tem seus sonhos de consumo diminui frustrações e evita traumas com finanças

Participantes -
18/06/2018

Se é verdade que a beleza da vida consiste em nascer, crescer, amadurecer, envelhecer e morrer, também é certo que para cada um desses momentos haja um sonho diferente a ser perseguido e um orçamento a ser desenhado. Porque a beleza está nos diferentes traços que marcam cada etapa.

Especialistas em finanças pessoais orientam que as discussões sobre dinheiro dentro de casa contemplem todos os membros da família, sem excluir os mais novos ou os mais velhos. Dessa forma, diminui-se o risco de frustrações provocarem qualquer tipo de repulsa ou, no outro extremo, adoração ao dinheiro — reações comportamentais próprias de quem na vida passou por traumas envolvendo finanças.

O coach financeiro Vital Fagundes, da consultoria Contas no Azul, aconselha que o orçamento familiar inclua crianças e idosos também na negociação. “A interação é fundamental. Deve haver um processo de informação, negociação, realização e avaliação do processo, com a participação de todos. Desse jeito, a família vai conseguir organizar as contas e manter a qualidade de vida”.

“Para que todos possam negociar, todos têm que ter acesso à informação, não se podem esconder assuntos, por mais difíceis que eles sejam. A família decide unida o que é prioridade”, defende Fagundes.

Quando todos são contemplados na discussão do orçamento familiar, a relação da pessoa com o dinheiro melhora. No caso das crianças mais novas, por exemplo, o primeiro passo é apresentar o dinheiro para elas e fazê-las entender que dinheiro não é bom nem ruim, mas é útil. Desse jeito, a criança dá a ele o seu real valor, sem adorá-lo nem rejeitá-lo.

“A infância é a faixa etária que deve ser mais focada, porque é quando se determina a sua personalidade econômica”, adverte Marília Cardoso. Autora do livro Você sabe lidar com o dinheiro?, ela lista uma série de atitudes e cuidados que se deve ter em cada estágio da vida para manter uma boa relação financeira.

Crianças: a diferença entre desejo e necessidade

No início da vida, quando a criança está na fase do egocentrismo, é preciso ajudá-la no discernimento sobre o que é desejo e o que é necessidade. Ela saberá que nem sempre o desejo será realizado. “É um exercício de resiliência saudável para a criança”, diz Fagundes. Mas realizar desejos também é importante, para que não haja só frustrações.

“Não significa que os desejos não devem ser realizados. Mas ela sempre tem que ter em mente que em primeiro lugar sempre virá a obrigação. Depois de pagar todas as necessidades, aí, sim, é hora de realizar os desejos”, continua o coach financeiro.

Outra alternativa é ensinar a criança a correr atrás dos seus desejos usando os recursos da própria mesada. Se o sonho for algo muito caro, como uma bicicleta ou eletrônico, ela aprenderá o valor da poupança.

Adolescentes precisam de limites

Por mais polêmicos e independentes que os adolescentes e jovens possam ser, os pais ou cuidadores precisam colocar freios e impor limites. Não se pode esquecer que essa é a fase chamada “geração consumo”, caracterizada pela necessidade de afirmação e status. O exemplo e o controle dos pais é de extrema importância para que não se tornem adultos envididados. As discussões em família se tornam ainda mais importantes. Está na hora de começar a pensar na formação acadêmica e profissional, buscar recursos para sustentar a faculdade e, para os quase adultos, emprego.

Desde o primeiro emprego, o olhar já deve estar mirando o horizonte mais longo, para garantir uma vida tranquila na aposentadoria. “Quanto mais cedo se puder planejar a aposentadoria, mais fácil será a vida na fase idosa”, ressalta o consultor Rafael Fagundes, ao apontar que é no início da vida profissional que se deve investir na aposentadoria, quando ainda não se tem que pagar o aluguel ou a escola dos filhos.

Adultos: equilíbrio entre poupança e consumo

Quando o casamento chega, as atenções se voltam para a formação da sua própria família. Então vêm a criação dos filhos, a escola, o plano de saúde, as festinhas de aniversários e vários presentes para comprar a cada mês.

Os pais ajudam se incluírem no orçamento uma poupança para a faculdade dos filhos. “Mas o primeiro item para os adultos da família é o ‘pagar-se’, reservar uma parte do salário para realizar o seu sonho, seja para lazer ou consumo. Eles são merecedores”, alerta Vital Fagundes. Além disso, para quem ainda não contratou um plano de previdência, o momento é agora. O tempo da aposentadoria está para chegar e não é bom ser pego de surpresa.

Aposentados: fase de usufruir

Já os aposentados têm de usufruir dos benefícios semeados ao longo dos anos. Viajar para onde não conseguiu enquanto estava na ativa, manter o plano de saúde, fazer uma reserva para eventuais emergências.

É o que faz Celioni Chabudet, aposentada pela FUNCEF há 20 anos. “Os meus sonhos são todos de curto ou curtíssimo prazo. Quando quero viajar, não penso duas vezes: saco da aposentadoria e vou. Se quero uma festa, faço. E longe de mim pensar em ficar em casa fazendo tricô”.

Comunicação Social da FUNCEF

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