Encontro aborda Fundos de Investimentos em Participações

Fundos discutiram desafios e perspectivas dos FIPs em seminário no Rio

Investimentos -
02/02/2018

FUNCEF, Petros e Previ promoveram um inédito evento conjunto para discutir maneiras de aprimorar a indústria dos Fundos de Investimento em Participações (FIPs), nesta sexta-feira (2/2). Realizado no Rio de Janeiro, o seminário “Desafios e perspectivas sobre FIPs no Brasil”, partiu da premissa de que o novo cenário econômico, em que a taxa Selic encontra-se no seu mais baixo patamar histórico, é muito positivo para o país, mas se constitui em um grande desafio para os fundos de pensão: exigirá uma diversificação inteligente e responsável dos seus investimentos.

Os FIPs são veículos de investimento que visam captar recursos para o desenvolvimento de empresas promissoras, com potencial de crescimento e geração de valor aos acionistas no longo prazo. A conclusão, no entanto, é que diante da experiência negativa com a primeira safra de investimentos em FIPs realizados no país, esses fundos precisam de ajustes em sua estruturação, governança e legislação para voltarem a ser considerados uma alternativa de diversificação.

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“O desafio é entender esse passado, trazer o real quadro de que forma podemos aprimorar aspectos da legislação, gestão, acompanhamento da performance bem como a composição destes ativos nas diversas carteiras dos fundos de pensão”, afirmou o presidente da FUNCEF, Carlos Vieira, na abertura do evento, que reuniu perto de 300 pessoas.

Para o presidente da Petros, Walter Mendes, o debate se faz necessário para que os fundos de pensão construam, em conjunto com o mercado e as autoridades, caminhos para que os investimentos em FIPs sejam feitos com segurança. “Queremos assumir os riscos inerentes ao negócio, mas não riscos adicionais que temos enfrentado nos últimos anos”, afirmou.

Na mesma linha, o presidente da Previ, Gueitiro Genso, reforçou a necessidade que os fundos enfrentam atualmente de ajustar sua estratégia de diversificação e apetite ao risco para alcançar as metas atuariais dos planos de benefícios.

“Num cenário em que a taxa de juros dos títulos do Tesouro está acima da meta, a gestão é muito mais fácil. Os gestores de investimentos conseguem alocar recursos no menor risco país. Durante muito tempo, acabamos assistindo este processo”, afirmou ele. “No cenário que a gente começa a assistir de a nossa economia ter taxas de juros reais de 4% ao ano no médio prazo, esse desafio de buscar oportunidades para rentabilizar o portfólio é muito maior”, completou.

Oportunidades

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Diretor de Investimentos da FUNCEF, Paulo Werneck observou que gestores experientes de fundos têm se preparado para uma nova safra de investimentos via FIPs captando recursos no exterior. “Não estamos incluídos aqui no Brasil do que pode ser uma bela oportunidade para a renda nossos participantes”, disse.

Além da diversificação, os FIPs permitem que investidores institucionais, como a FUNCEF, apliquem recursos em setores da economia que não podem ser acessados pelo mercado de capitais.

Werneck afirmou que o problema não está no FIP como produto financeiro, mas no uso inadequado que dele foi feito no país. A concentração em oportunidades poucos setores, a falta de critérios mais rígidos para a seleção de gestores e administradores e o risco excessivo assumido pelos fundos de pensão ajudam a explicar a quantidade de experiências negativas.

A FUNCEF revisa, atualmente, todo o processo de investimento relacionado aos FIPs, que chegou a representar 20% de sua carteira, em 2014, e seu impacto nos resultados obtidos nos últimos anos. “Temos que nos cercar de toda a proteção para que isso não aconteça novamente. E isso traz uma dinâmica completamente distinta. Não temos mais espaço para desperdiçar dinheiro da taxa de juros fazendo experiências dentro da Fundação”.

Estavam presentes no Seminário os diretores da FUNCEF Renato Vilella (Participações Societárias e Imobiliárias) e Max Mauran (Planejamento e Controladoria), além dos conselheiros Gilson Tavares (CD), Analia Miguel Anusiewicz (CF) e Antônio Schuck.

Comunicação Social da FUNCEF

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