A FUNCEF adicionou à carteira do REG/Replan mais de R$ 10,7 bilhões em títulos públicos de longo prazo atrelados à inflação (NTN-Bs), sem risco de mercado e com taxas médias de retorno superiores à meta atuarial, entre janeiro de 2023 e setembro de 2024.
O movimento faz parte de estratégia implementada pela Diretoria de Investimentos e Participações para melhorar a saúde financeira do plano, considerando o seu perfil maduro, ou seja, com volume de aposentados e pensionistas muito maior do que o de empregados na ativa.
Como explica o diretor de Investimentos Gustavo Portela, o objetivo é tornar os resultados do REG/Replan mais previsíveis no longo prazo, mesmo em meio às oscilações naturais do mercado financeiro, e assegurar o pagamento de benefícios projetados nos próximos anos.
Técnicas envolvidas
A estratégia da Fundação envolve duas técnicas utilizadas na gestão profissional de ativos, que consideram esse forte fluxo de pagamento de benefícios, que chegou a R$ 5 bilhões em 2023. A título de comparação, todo o segmento de previdência complementar aberta e seguradoras pagou em torno de R$ 4,5 bilhões no mesmo período.
A primeira técnica é a imunização da carteira, que visa proteger a carteira de investimentos dos efeitos da variação das taxas de juros e inflação. Esse movimento se tornou viável porque o cenário econômico criou uma janela de oportunidade em que as NTN-Bs alcançaram taxas de retorno superiores ao objetivo de retorno do plano.
Oportunidade rara
Como esses papéis pagam cupons semestrais, a segunda técnica utilizada é o casamento entre os fluxos de recebimento dos títulos públicos e os compromissos de pagamento de benefícios aos aposentados e pensionistas do REG/Replan, chamada de cash flow matching.
Desde janeiro de 2023, a Fundação comprou, para o Saldado, R$ 9,5 bilhões em títulos públicos de longo prazo marcados na curva, ou seja, que serão levados a vencimento, a uma taxa média de retorno ponderada de IPCA + ganho real de 6,05%. Na carteira do Não Saldado, o volume adicionado de NTN-Bs somou R$ 1,2 bilhão a uma taxa média ponderada de IPCA + 5,89% de ganho real.
“Essa estratégia é essencial para a estabilidade do plano no longo prazo, considerando a previsibilidade do retorno e dos fluxos de recebimentos. O atual momento é uma rara oportunidade”, afirma Portela.
Migração da renda variável
a operação foi financiada com recursos migrados da carteira de renda variável do REG/Replan em momentos de forte alta na Bolsa de Valores. Isso fez com que a fatia de renda variável do Saldado caísse de 21,6%, em janeiro de 2023, para 8,4% em setembro de 2024, o menor patamar histórico da modalidade.
A estratégia desenhada pela equipe técnica de investimentos se mostrou bastante acertada. O gráfico a seguir mostra as janelas em que a Fundação aproveitou a oportunidade para, simultaneamente, vender em torno de R$ 7,5 bilhões de ativos de renda variável e comprar NTN-Bs nas taxas acima da meta atuarial.
“A aplicação de recursos do REG/Replan em renda variável visava obter rentabilidade superior à meta atuarial, além de um retorno adicional (spread) necessário para a redução do déficit do plano. Mas o cenário dos últimos anos nos permitiu capturar ganhos na renda variável de maneira eficiente e conseguir o retorno necessário sem sofrer risco de mercado”, explica Portela.
Melhora significativa no perfil da carteira
Como a maior parte da carteira não sofrerá risco de mercado e terá rentabilidade consideravelmente superior à meta atuarial, observa o diretor de Investimentos, a Fundação projeta um resultado dos investimentos do REG/Replan consistentemente acima da meta atuarial para os próximos anos, o que levará à redução do déficit atual.
“Todas as medidas que estamos tomando reforçam o nosso compromisso de cuidar do futuro dos nossos participantes, tanto priorizando o pagamento de benefícios quanto auxiliando na redução do déficit”, afirma o presidente Ricardo Pontes.
Comunicação Social da FUNCEF

