FUNCEF busca diversificação da carteira com investimentos no exterior

Movimento traz redução de risco e oportunidades de ganhos em mercados globais

Investimentos -
10/01/2024

A FUNCEF fez um importante movimento, em 2023, para ampliar a diversificação da carteira de investimentos dos Planos de Benefícios. Adotando as melhores práticas de mercado, a Fundação realizou os primeiros aportes em fundos no exterior, no valor total de R$ 1,2 bilhão.

Como explica a diretora de Investimentos e Participações, Alenir Romanello, o grande benefício da estratégia é tornar o portfólio da FUNCEF mais balanceado para alcançar a melhor rentabilidade possível sem elevar o nível de risco assumido.

“Isso acontece porque a diversificação internacional permitirá capturar ganhos de outras economias mundiais e, ainda, se proteger de uma eventual desvalorização do real”, diz ela.

Até então, 100% dos ativos no portfólio da Fundação estavam no Brasil, o que fazia com que o retorno da carteira dependesse integralmente do desempenho da economia brasileira.

Diversificar os investimentos, observa a diretora Alenir Romanello, significa combinar uma série de ativos financeiros, ou ainda diferentes classes de ativos, como a renda fixa e a renda variável, em um mesmo portifólio de investimentos.

Neste caso específico, há um ponto adicional: a nova carteira permitirá à FUNCEF acessar setores crucias nas economias mais maduras, como tecnologia da informação e assistência médica, que têm pequena representatividade na Bolsa brasileira.

Processo de investimento

No formato atual, o processo de investimento da FUNCEF em fundos no exterior teve primeiros estudos realizados no decorrer de 2019 e começou a ser instituído no final de 2020, com a criação de normativos internos que levaram em consideração, por exemplo, as recomendações de diversificação de carteira da Previc, órgão fiscalizador dos fundos de pensão, e da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

“Foi um processo consistente, longo e que adotou os critérios de governança amplamente considerados os melhores do mercado”, afirma a diretora Alenir Romanello.

A equipe técnica da Fundação desenvolveu um estudo robusto a partir de carteira teórica baseada em índices globais para definir os objetivos do fundo (seu mandato, no jargão do mercado), incluindo critérios e o nível de risco e retorno adequados aos planos da Fundação.

O passo seguinte foi validar, por meio de um Pedido de Informações (RFI-Request For Information), a viabilidade das premissas e restrições do mandato com gestores de mercados globais.

“Recebemos contribuições de notáveis gestores de investimentos internacionais que nos ajudaram a balizar o processo e encontrar a melhor solução de investimentos”, diz o gerente de Análise de Investimentos, André Ronzani.

O mandato da FUNCEF trata-se, portanto, de uma solução de investimentos que busca uma exposição global em várias classes de ativos por meio da alocação em fundos de investimentos constituídos no exterior objetivando uma meta de retorno, sujeito a um limite de risco e outras restrições inerentes ao mandato.

Seleção de gestores

A fase final foi o rigoroso processo de seleção de gestores terceirizados para fundos multimercado exclusivos (FIM-IE) com alocação global multiestratégia.

A Fundação recebeu 35 propostas por meio do Pedido de Proposta (RFP-Request For Proposals) publicado no site da FUNCEF. As oito melhor classificadas foram para a fase de diligência, que contou com a participação das áreas de investimentos, de risco e de conformidade da Fundação para se chegar à escolha de quatro gestores.

“São gestores altamente qualificados, com visões complementares e experiência com fundos de pensão do Brasil e do exterior. Eles farão investimentos globais seguindo as melhores práticas de mercado”, diz a coordenadora de Desenvolvimento de Negócios, Ana Carolina Menezes.

Resultados positivos

Ao todo, a FUNCEF fez três aportes de R$ 400 milhões entre julho e setembro. Isso possibilitou que a carteira já apresentasse bons resultados em 2023, acima da meta atuarial proporcional ao período.

No encerramento do ano passado, a fatia de investimentos no exterior representava 4,1% da carteira do Novo Plano CD e de 1,5% do REB CD, cujas proporções seguiram a Política de Investimentos vigente. Conforme a resolução nº 4.994/2022, do CMN, o teto é de 10% para esta classe de ativos.

“O momento de entrada foi muito bom, foi possível pegar o rali (forte alta) que as bolsas do mundo todo registraram em novembro, além dos ganhos em renda fixa com o fechamento das curvas de juros de longo prazo”, observa André Ronzani.

Para 2024, avalia ele, espera-se o início da redução das taxas de juros nos EUA e na Europa, com consequente resultado positivo nos investimentos em renda fixa e no mercado ações. Também não acredita em grandes sobressaltos do dólar para além da sua volatilidade normal.

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Comunicação Social da FUNCEF

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