Terceiro maior fundo de pensão do Brasil, com 136 mil participantes e mais R$ 70 bilhões em ativos sob gestão, a trajetória da FUNCEF se confunde com a própria história da previdência complementar no Brasil, iniciada no final da década de 1970.
A lei nº 6435/1977 regulamentou tanto a previdência aberta, oferecida por seguradoras a qualquer pessoa interessada, quanto as empresas fechadas de previdência completar, mais conhecidas como fundos de pensão, dentre as quais a FUNCEF, voltadas para profissionais de uma mesma empresa ou instituição.
A Fundação é, antes de tudo, resultado da mobilização de empregados CAIXA. Pautados por uma visão de longo prazo, eles não apenas asseguraram que a Fundação fosse criada, mas que beneficiasse especialmente as gerações futuras.
Com a nova lei debaixo do braço, os economiários propuseram ao então presidente da CAIXA, Karlos Heinz Rischbieter, a criação da FUNCEF. Isso porque, em 1977, o presidente Ernesto Geisel baixou um decreto extinguindo o Serviço de Assistência e Seguro Social dos Economiários (SASSE), criado 20 anos antes, em substituição ao IAPB, o instituto de aposentadoria ao qual os empregados CAIXA estavam ligados.
“O Rischbieter foi fundamental nesse processo. Ele ouviu nossos queixumes e trabalhou junto ao governo para a criação da FUNCEF”, conta Carlos Haroldo Abreu, ex-presidente da FUNCEF, que participou da fase de implantação física da Fundação.
O “queixume” a que se refere Abreu foi a instabilidade provocada entre os empregados por conta da grande defasagem entre os seus salários na ativa e o montante que passariam a receber na aposentadoria, com a extinção do SASSE, uma vez que passariam a seguir as regras do então Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).

Ex-presidente da FUNCEF, Carlos Abreu à época da implantação da Fundação (esq.)/acervo pessoal
Ele conta ainda que, apesar da significativa vitória, foram muitos os empregados CAIXA que se recusaram a aderir ao plano. “Foi necessário um trabalho de convencimento difícil”, diz Abreu, principalmente porque o período foi marcado por inflação alta, e por isso “as pessoas não pensavam em poupança de longo prazo, queriam era comprar o eletrodoméstico de manhã porque sabiam que, à noite, estaria bem mais caro”.
Como mostraria a história, pensar no longo prazo é fundamental para assegurar um futuro financeiro previsível e consequente qualidade de vida.
“Naquele momento houve um esforço organizativo dos empregados CAIXA, que pensou numa proteção para o futuro de todos. Às vezes, a palavra ‘corporação’ é vista quase como um xingamento e na verdade não é. Existem interesses corporativos que são legítimos e os empregados CAIXA têm hoje uma organização sólida e vitoriosa”, observou Luciano Fazio, autor e consultor na área de previdência complementar.
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