A FUNCEF alcançou uma rentabilidade de 5,34% no primeiro semestre, acima da meta atuarial de 4,97%. O desempenho foi impulsionado pela carteira de renda fixa e a recuperação da Bolsa, que reverteu a oscilação negativa registrada de janeiro a março.
Em valores, o resultado dos investimentos somou 5,04 bilhões no 1S23, cifra 4,9% superior à obtida no mesmo período de 2022, o que elevou a R$ 98,48 bilhões o volume de recursos garantidores (RGPB). Neste período, a Fundação também pagou R$ 2,90 bilhões em benefícios.
A fatia de renda fixa chegou aos 70,49% na carteira total da Fundação, consolidando a estratégia de proteção que migrou uma parcela dos recursos de renda variável para ativos de renda fixa com taxas de retorno acima da meta na esteira do ciclo de alta das taxas de juros.
Esse movimento reduz riscos e traz mais estabilidade aos resultados em momentos de grande oscilação dos mercados.
“O semestre foi muito desafiador, mas os números mostram que capturamos oportunidades de curto prazo. Mais importante ainda é que seguimos com foco no longuíssimo prazo, como compete a um fundo de pensão”, afirmou o presidente Ricardo Pontes.
Investimentos
No segmento de renda fixa, que teve a maior contribuição no resultado (+6,55%), a FUNCEF acrescentou R$ 2,26 bilhões em títulos públicos de longo prazo atrelados à inflação (NTN-B) às carteiras dos planos entre abril e junho.
Também buscou oportunidades em títulos de crédito corporativo, que reúnem ativos de empresas com nota de crédito alta e bem ranqueadas no mercado.
Na renda variável, houve uma importante virada de expectativas. Após atravessar o pior primeiro trimestre desde 2020, quando a pandemia chegou ao país, a Bolsa apresentou um forte desempenho no segundo trimestre.
Além disso, o primeiro semestre marcou uma inversão no peso das estratégias empregadas na gestão dessa classe de ativos. A fatia de ações escolhidas (stock picking) passou a responder por mais de 50% da carteira em movimento iniciado em 2021.
Nessa estratégia, a equipe técnica da Fundação analisa fundamentos das empresas para selecionar papeis com potencial de retorno superior ao IBrX 100, o indicador de referência da FUNCEF na Bolsa, no médio e longo prazos.
No 1S13, as carteiras diversificadas de ações tiveram um ganho excedente ao IBrX 100 que chegou a 1,23 ponto percentual.
“Esse resultado reflete uma gestão técnica e qualificada, empenhada em avaliar o melhor momento de vender e comprar uma empresa, o tamanho que este papel terá no portfólio e observar todos os parâmetros de risco”, afirmou a diretora de Investimentos Alenir Romanello.
Na carteira imobiliária, o destaque foi a distribuição acima do projetado de dividendos de fundos imobiliários (FIIs), classe de ativos que tem demonstrado uma retomada diante das perspectivas de queda da taxa de juros.
Embora tenha registrado desempenho negativo (-2,84%), o segmento de investimentos estruturados representava apenas 0,70% da carteira da carteira da Fundação em junho.
Novo Plano e REB
Planos em fase de acumulação, Novo Plano e REB apresentaram os maiores retornos no 1S23, puxados pela valorização da Bolsa e o efeito de curto prazo da marcação a mercado nos títulos públicos, que faz com que o preço de face dos papéis suba quando as taxas de juros caem.
Novo Plano CD e REB BD, que concentram os participantes ativos, apresentaram rentabilidades de 7,11% e 6,99% no período respectivamente, superando tanto o CDI (6,50%) quanto à média dos fundos comparáveis de previdência aberta (6,44%), segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Em um horizonte de cinco anos, os ganhos do Novo Plano e do REB batem o CDI em 20 pontos percentuais.
Entre abril e maio, a Fundação adicionou R$ 1,4 bilhão em títulos públicos de longo prazo para o Novo Plano CD e BD (assistidos), além de ter realizado aportes de R$ 48,5 milhões em fundos terceirizados de crédito corporativo e de R$ 225 milhões em FIIs (subscrição e novos investimentos).
REG/Replan
O REG/Replan, plano maduro e com horizonte menor de tempo, obteve ganhos de 4,42% na modalidade Saldada e de 4,83% na Não Saldada.
O resultado levemente abaixo da meta (4,97%) se explica, principalmente, pela forte queda das ações da Vale (-27,75%) no 1S23, ativo que tem peso relevante na carteira do plano. O desempenho dos papéis tem sido afetado pelo preço do minério de ferro no mercado internacional e as incertezas sobre o crescimento da China.
No comparativo de cinco anos, no entanto, as duas modalidades têm rentabilidade superior à meta.
Na gestão da renda fixa, a Fundação adotou uma estratégia de diversificação entre títulos públicos e privados, que levou a aquisição de R$ 769 milhões de títulos públicos atrelados à inflação (NTN-B), com taxas superiores à meta, e R$ 618 milhões em ativos de crédito privado nas carteiras de gestão própria e terceirizada.
Além disso, a FUNCEF segue prospectando oportunidades de desinvestimento de ativos imobiliários que não se adequam mais ao perfil maduro do plano. No primeiro semestre, os valores líquidos recebidos com imóveis pelo REG/Replan superaram em 13% o volume projetado para o período.
Comunicação Social da FUNCEF

