A FUNCEF entregou, em 2022, um retorno acima da meta atuarial pela quinta vez nos últimos seis anos. A carteira consolidada de investimentos rendeu 11,28% contra um alvo de 10,70%, e gerou um resultado de R$ 9,67 bilhões, 31% maior do que o registrado no ano anterior.
Esse desempenho supera a rentabilidade mediana do segmento de fundos de pensão (8,94%), conforme levantamento da consultoria Aditus com 120 entidades.
O balanço de 2022, divulgado nesta sexta-feira (24/3), também aponta a solidez da Fundação em um período em que os fundos de pensão lidaram com um cenário de inflação alta e grandes oscilações na Bolsa. A FUNCEF obteve superavit de R$ 1,28 bilhão, o terceiro em cinco anos, e pagou benefícios no valor recorde de R$ 5,42 bilhões.
A maior contribuição para o superavit veio do REG/Replan Não Saldado (veja mais abaixo), o que permitirá uma redução média de 42% nas contribuições extraordinárias da modalidade.
“A Fundação adotou uma estratégia de aplicação de recursos dos planos que capturou oportunidades. Ganhamos agilidade sem comprometer nossa visão de longuíssimo prazo, consolidada com os aprimoramentos de governança promovidos nos últimos anos”, afirmou o presidente Gilson Santana.
Carteira de investimentos
A Fundação vem realizando movimentos importantes nas suas três principais carteiras (rendas variável e fixa e investimentos imobiliários) desde o fim de 2021. Apesar do cenário desafiador, em momento favorável do primeiro trimestre deste ano, a FUNCEF aproveitou a apreciação da Bolsa para realizar ganhos e migrar recursos para a renda fixa, que apresentou boas oportunidades na esteira do atual ciclo de alta das taxas de juros.
O volume de títulos públicos adquiridos entre 2021 e 2022 somou R$ 14,5 bilhões, com destaque para NTN-Bs longas (títulos atrelados ao IPCA), que oferecem proteção contra a inflação, cupons semestrais e baixíssimo risco.
Além disso, ao longo de 2022, a Bolsa descontada criou janelas favoráveis para investimento em determinados setores da economia. Procurando capturar essas oportunidades, a Fundação reduziu a posição na estratégia de gestão própria referenciada, que replica o desempenho do IBrX 100 (índice de desempenho dos cem ativos mais negociados do mercado brasileiro), e aumentou na estratégia não referenciada.
Recursos foram migrados para a fatia sob gestão ativa (stock picking), que subiu de 22% para 45% do total. Com base em análise dos fundamentos das empresas, a estratégia de gestão própria buscou selecionar ações com potencial de retorno superior ao IBrX 100 no médio e longo prazos. Em 2022, o ganho excedente chegou a 1,7 ponto percentual.
“Esse resultado é fruto de investimentos na qualificação e capacidade da análise da equipe, que trabalha para obter retornos consistentes dentro das melhores práticas do mercado. Todos os fundos de gestão própria da FUNCEF alcançaram um retorno superior ao IBrX 100 em 2022 ”, disse o diretor de Investimentos, Samuel Crespi.
Investimentos imobiliários
A carteira de ativos imobiliários voltou a bater a meta depois de dois anos. A rentabilidade de 13,66% superou também o CDI (12,39%) e o Índice de Fundos Imobiliários-IFIX (2,31%), principal indicador nacional do setor, impulsionada pela reavaliação dos ativos (+5,86%) e a execução do plano de desinvestimento.
Esse plano prevê a venda de 94 ativos até 2025, principalmente terrenos, edifícios comerciais e hotéis. Em 2022, a Fundação obteve R$ 307 milhões em negócios, resultado 21% acima do valor contábil, o que representa um ganho de R$ 54 milhões. Esses recursos foram reaplicados em títulos públicos de longo prazo.
Resultado do REG/REPLAN
Plano mais maduro da Fundação, o REG/Replan registrou o melhor desempenho em 2022. Suas modalidades alcançaram retorno de 12,08% (Saldado) e 11,47% (Não Saldado), superando com folga a meta e a mediana de 9,94% dos planos com as mesmas características (benefício definido), segundo levantamento da Aditus.
O portfólio de ações de ambas as modalidades teve desempenho superior ao IBRx-100: 7,49% para o Saldado e 6,40% para o Não Saldado.
No primeiro trimestre, a FUNCEF aproveitou a janela de oportunidade para adquirir ativos de renda fixa com spread superior à meta dos planos de benefícios e assim diminuir o risco da carteira. A posição em renda variável foi reduzida em 25%, especialmente com a realização de lucros na Bolsa, enquanto R$ 4,6 bilhões em NTN-Bs foram adicionadas à fatia de renda fixa.
O Não Saldado também contou com o impacto positivo de R$ 1 bilhão da adequação do seu regulamento à Resolução CGPAR 25/2018 em janeiro. Somado ao resultado de investimentos (R$ 115 milhões), esse ganho levou a uma nova amortização dos equacionamentos vigentes. Isso possibilitará uma redução média de 42% nas contribuições extraordinárias a partir da folha de abril de 2023.
Já o Saldado encerrou 2022 com um deficit de R$ 162 milhões, puxado pelo impacto negativo da elevação das obrigações futuras acima da meta atuarial (R$ 182 milhões) e o contencioso judicial (R$ 267 milhões). O deficit acumulado, no entanto, é equivalente a 3,67% das reservas matemáticas, distante do limite legal para novos equacionamentos.
Resultado do Novo Plano e do REB
O Novo Plano e REB obtiveram retornos de 9,79% e 9,76%, superando tanto a mediana dos planos fechados de contribuição variável (8,22%) quanto a rentabilidade média de fundos comparáveis de previdência aberta (8,05%), segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Planos mais jovens e com maior apetite ao risco, Novo Plano e REB foram mais afetados pelas oscilações ao longo do ano. Para os planos CD, que concentram os recursos dos participantes ativos, a principal estratégia adotada pela FUNCEF foi aumentar a carteira de títulos públicos.
Apesar de a marcação a mercado no curto prazo fazer com que o preço de face dos papéis caia quando as taxas de juros sobem, no médio e longo prazos, esses títulos trazem excelentes expectativas para o resultado da carteira, visto que seu retorno converge para as taxas contratadas, superiores à meta atuarial.
Em relação ao ano anterior, houve um incremento de 30% na fatia de títulos e de 14% nas operações de crédito na carteira de renda fixa.
No horizonte de cinco anos, os dois planos seguem batendo com folga o CDI. A diferença no acumulado está na casa dos 20 pontos percentuais.
Despesas administrativas
Em 2022, pelo quarto ano seguido, a FUNCEF apresentou o menor custo por participante entre os maiores fundos de pensão do país em ativos, segundo estudo da Previc, tendo como base dados do ano anterior.
A disciplina da gestão administrativa e financeira, guiada pela busca de maior eficiência operacional, digitalização de processos e controle de gastos, segue inalterada.
Pelo sexto ano seguido, os gastos da Fundação evoluíram em ritmo inferior ou ajustado à inflação medida pelo INPC no ano anterior (10,16%), que é o indexador de reajuste de salários e serviços. No acumulado desde 2015, o crescimento das despesas administrativas está 31 pontos percentuais abaixo da inflação.
Isso permitiu que a FUNCEF cortasse, em janeiro de 2022, a taxa de administração, que incide sobre os recursos garantidores dos planos, de 0,10% para 0,08% ao ano, o que representa uma redução de 20%. E que mantivesse as taxas de carregamento no seu menor patamar histórico – desde 2015, elas caíram 32,2% para ativos e 45% para aposentados e pensionistas.
Comunicação Social da FUNCEF

