Todos os planos da FUNCEF apresentaram superavit nos primeiros três meses de 2021, que, somado, chegou a R$ 1,82 bilhão. Trata-se do melhor resultado já registrado pela Fundação para um primeiro trimestre, representando um avanço importante rumo ao seu reequilíbrio técnico e a novas reduções nas taxas de equacionamento vigentes no próximo ano.
A rentabilidade recorde de 5,75% da carteira total de investimentos superou com folga a meta atuarial de 3,09% e elevou a R$ 83,9 bilhões o volume de recursos garantidores (RGPB) dos planos.
“A FUNCEF tem entregado resultados consistentes em meio a um cenário marcado pela enorme oscilação (volatilidade) dos preços nos mercados financeiros nos últimos 12 meses. Isso nos permite enxergar a possibilidade de que o RGPB ultrapasse os R$ 100 bilhões em 2022”, afirmou o novo presidente da FUNCEF, Gilson Santana.
A pandemia do novo coronavírus, que derrubou os níveis de atividade econômica e emprego de maneira aguda, continua a afetar o desempenho de ativos, embora em menor escala. O resultado dos investimentos no 1T21 foi de R$ 4,59 bilhões. No mesmo período de 2020, quando começaram as medidas de restrição, esse resultado ficou negativo em R$ 3,34 bilhões.
O fundo em ações Carteira Ativa II, veículo pelo qual a FUNCEF investe em Vale, foi o grande destaque do 1T21. Com rentabilidade de 27,41%, o fundo respondeu por 40% do resultado consolidado (R$ 2,67 bi).
Rentabilidade dos planos
As duas modalidades do REG/Replan, que concentram os investimentos no Carteira Ativa II, encerraram o 1T21 com rentabilidade recorde para o período – 7,69% no Saldado e 6,03% no Não Saldado –, duas vezes acima da meta para o período (3,09%).
Além disso, por ser um plano maduro, o REG/Replan tem menor exposição à Bolsa e carrega uma carteira de títulos públicos com retorno médio alto e marcados na curva, ou seja, que serão levados até a data de vencimento.
Os planos mais jovens, Novo Plano CD e REB CD, foram afetados pelo recuo da Bolsa nos dois primeiros meses do ano. O iBRx-100, índice de referência de renda variável a mercado da FUNCEF, encerrou o 1T21 em -0,72%. Mesmo assim, suas cotas se valorizaram 20,85%% e 25,34% nos 12 meses encerrados em março.
Carteira de investimentos
Apesar do cenário macroeconômico de juros baixos, que provocou forte queda do retorno dos títulos públicos nos últimos anos, a carteira de renda fixa da FUNCEF, onde estão aplicados 55% dos recursos, segue batendo a meta. Sua rentabilidade chegou a 3,91%, quase oito vezes o CDI do período (0,49%).
No 1T21, o ambiente de forte incerteza provocou uma oscilação no mercado de títulos públicos, que permitiu à Fundação adicionar à carteira NTN-Bs longas (títulos atrelados ao IPCA), que oferecem proteção contra a inflação, cupons semestrais e baixíssimo risco.
Das cinco grandes classes de ativos, apenas renda variável a mercado (-2,78%) e investimentos imobilários (-0,47%), especialmente afetadas pelos efeitos da pandemia, não alcançaram a meta atuarial.
Em relação aos imóveis, o resultado capta apenas o retorno da renda com alugueis, bastante penalizado por medidas de restrição, como fechamento de hoteis e shoppings, e a variação dos fundos imobiliários (FIIs). A reavaliação de preços é realizada por meio de laudo no final do ano.
Redução e eficiência dos gastos
A Fundação manteve-se firme na sua política de elevar a eficiência dos gastos. Prova disso é que o nível das despesas administrativas no 1T21, que incluem pessoal e encargos, viagens, treinamento e serviços de terceiros, foi praticamente o mesmo do mesmo período de 2020.
A variação de 0,42% representa uma redução em termos reais, ou seja, em ritmo inferior à inflação medida pelo INPC (6,94% nos 12 meses encerrados em mar/21), indexador utilizado para reajustes de serviços e salários.
Além disso, a Fundação prepara a implantação de um projeto de readequação do tamanho de sua estrutura, que busca oportunidades de ganhos de produtividade no quadro de pessoas e em processos.
Desafios à frente
O ritmo de retomada da economia segue uma questão crucial para a carteira de investimentos da FUNCEF, além do principal desafio enfrentado pelos fundos de pensão, que é o de alcançar metas de rentabilidade da carteira de investimentos num cenário de juros baixos.
Entre as oportunidades projetadas para o decorrer de 2021 estão a implementação de plano de investimento e desinvestimento da carteira imobiliária da FUNCEF, que deve ser realizado em fases nos próximos quatro anos. Este plano prevê a venda 94 imóveis e aumento significativo da alocação em fundos imobiliários (FIIs).
A FUNCEF também pode iniciar os investimentos no exterior no segundo semestre. Com a diversificação internacional, a Fundação terá a oportunidade de capturar ganhos de outras economias mundiais e ainda se proteger de uma possível desvalorização do real.
A estratégia prevê a possibilidade de alocação inicial de R$ 1,2 bilhão, o que representa 1,5% do total de recursos, sendo o teto regulatório de 10%.
Em relação ao fundo Carteira Ativa II, a Fundação busca a melhor relação risco/retorno diante da exposição a este ativo, que responde por uma fatia de 13% do portfólio de investimentos.
Por conta do fim do bloco de controle da Vale, a gestão interna do Carteira Ativa II passou da Diretoria de Participações para a Diretoria de Investimentos, que passou a ser precificada a mercado.
“Nossa equipe de análise de renda variável usa toda sua expertise para acompanhar o ativo. A exemplo das demais estratégias, este investimento respeita critérios técnicos de tomada de decisão e as medidas de governança da Fundação”, afirmou Santana.
Comunicação Social da FUNCEF

