FUNCEF tem superavit de R$ 560,7 milhões no acumulado até setembro

Resultado foi puxado pelo fundo Carteira Ativa II e por investimentos em renda fixa

Resultados -
17/12/2020

A FUNCEF encerrou o terceiro trimestre com um superavit consolidado de R$ 560,7 milhões, 67% dele produzido pelo REG/Replan Saldado. Apesar do ano desafiador, as projeções da Fundação não indicam a necessidade de novos equacionamentos em 2020.

No acumulado do ano, a carteira total de investimentos, que soma R$ 73,9 bilhões, apresenta retorno de 4,62%, próximo da meta atuarial de 5,47%. Isso consolida uma reversão da rentabilidade negativa de 4,71% provocada pela pandemia do novo coronavírus no primeiro trimestre.

O resultado de R$ 3,3 bilhões, 27% abaixo do registrado no mesmo período de 2019, foi consideravelmente afetado pelo desempenho do segmento de renda variável.

Entre janeiro e setembro do ano passado, a FUNCEF obteve 22% de retorno com sua carteira de ações negociadas em Bolsa. Em 2020, o iBRx-100, índice de referência desta classe de investimentos, apresentou desempenho negativo de 17,42%, apesar da trajetória de recuperação iniciada em abril.

Esse forte movimento de queda foi compensado pelo principal ativo da FUNCEF, o Fundo Carteira Ativa II, pelo qual investe indiretamente na Vale, que acumulava 28% de valorização ao fim do terceiro trimestre, superando níveis pré-crise.

A recuperação também está ancorada no desempenho da carteira de renda fixa (+6,65%), que tem batido com folga a meta apesar de a taxa básica de juros (Selic) estar no seu patamar histórico mais baixo.

Isso se explica pela política de alocação em títulos públicos, que prevê o carregamento dos papéis até o vencimento (a chamada marcação na curva). Além deste ganho de rentabilidade, há ainda o retorno futuro acima da meta, representado no ajuste de precificação, valor descontado do deficit para fins de equacionamento.

Resultados dos planos

Com maior fatia de recursos aplicados ao fundo Carteira Ativa II, os planos maduros da FUNCEF têm atravessado a crise com menos sobressaltos. Mesmo no momento mais crítico, em março, os resultados não alcançaram os limites para os quais é exigido um equacionamento.

O REG/Replan Saldado teve resultado positivo de 7,17%, bem acima da meta, e a modalidade Não Saldada, de 4,59%.

Novo Plano CD e REB CD, os planos mais jovens e com maior apetite ao risco, mantêm tendência de recuperação, mas ainda sofrem os efeitos do ano ruim, especialmente no segmento de renda variável. Eles alcançaram retorno de -1,52% e -2,10% até o terceiro trimestre.

Num horizonte mais amplo de investimento, no entanto, ambos têm obtido rentabilidades sólidas na comparação com fundos de previdência privada de características semelhantes, segundo dados da Susep.

Com rentabilidade de 6,97% nos 12 meses encerrados em novembro, Novo Plano superou todos os 48 fundos de previdenciários privados comparáveis, com alocação entre 15% e 30% em renda variável. A rentabilidade de 18 meses (13,45%), lhe daria o segundo melhor desempenho do grupo.

Já o REB, com retorno de 7,21%, em 12 meses, e de 14% em 18 meses, ocuparia a segunda e a 9ª posição, respectivamente, dentre 66 fundos privados que, segundo a Susep, têm o mesmo perfil – de 30% a 49% dos recursos aplicados em renda variável.

Menor custo por participante

Entre os dados positivos de 2020 está a gestão de despesas administrativas. Pelo segundo ano seguido, a FUNCEF apresentou o menor custo por participante dentre os três maiores fundos de pensão do país, de acordo com estudo da Previc.

Com base em dados de 2019, a Fundação apresentou uma despesa per capita de R$ 1.379, em torno de 20% inferior à média (R$ 1.714) registrada pelo grupo dos fundos de pensão do país com ativos totais acima de R$ 15 bilhões.

Contencioso

Em agosto, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucional o pagamento de complementação de pensões em percentuais diferenciados para homens e mulheres, o chamado IPAC 70-80.

Esta decisão levou à revisão do contencioso da FUNCEF, com aumento de R$ 134,2 milhões nos valores separados pela Fundação para pagar perdas prováveis na Justiça.

Desafios à frente

O superavit registrado até o momento ainda não traduz com precisão do desempenho dos ativos não negociados no mercado de capitais, cuja avaliação de valor, feita por empresas especializadas, ocorre apenas no último trimestre do ano.

Só então será possível medir o impacto da crise nas participações diretas e na carteira imobiliária, que representam em torno de 11% do total dos investimentos e foram bastante afetados ao longo de 2020.

“O ano está terminando melhor do que o projetado em março, mas as incertezas vão muito além desta crise. O Brasil tem questões fiscais que precisam ser endereçadas para assegurar a recuperação econômica e um cenário de retorno de investimentos bastante desafiador para os fundos de pensão. Mais do que nunca, será importante adotar a diversificação das carteiras e de classes de ativos”, afirma o presidente da FUNCEF, Renato Villela.

A boa notícia é que a Fundação está em fase final de aprovação de uma reestruturação dos seus investimentos imobiliárias, que chegam a R$ 6 bilhões. Ela prevê uma estratégia de desinvestimento e investimento em fases para os próximos cinco anos, guiada pelas melhores práticas de mercado com foco no retorno ajustado ao risco e na qualificação da carteira.

A FUNCEF também tem se mantém atenta às demandas dos participantes. Entre as iniciativas tomadas no terceiro trimestre estão uma nova suspensão das parcelas de empréstimos pelo período de dois meses, concedida em julho. A medida teve a adesão de 8,2 mil participantes e envolveu 12,2 mil contratos.

Comunicação Social da FUNCEF

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