SIGA 2024: economia da longevidade é oportunidade para os fundos de pensão

Especialistas apontam potencial de mercado voltado à população 50+

Institucional -
08/08/2024

A economia da longevidade, um mercado de serviços e produtos voltados para o público acima dos 50 anos, representa uma oportunidade de investimento para os fundos de pensão, avaliam especialistas.

O assunto foi tema de um painel no penúltimo dia do SIGA 2024, nesta quinta-feira (8/8), no Rio, que contou com a participação do diretor de Benefícios da FUNCEF, Jair Ferreira.

Mais do que pagar benefícios, ressaltou ele, os fundos de pensão devem olhar com atenção para o mercado que se consolida com a busca por qualidade de vida de seus aposentados e pensionistas.

Ferreira afirmou que as Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) já avaliam a possibilidade de investimentos na construção de moradias para idosos, por exemplo.

“As pessoas vão ficando sós. Investir em residências com oferta de serviços para elas é uma boa ideia. É um desafio no qual os fundos podem contribuir para essas famílias. Com serviços no mesmo local, sem o custo individual, haveria economia para todos”, avalia ele.

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O gestor lembrou que, apenas em 2023, a FUNCEF pagou R$ 6,6 bilhões em benefícios a 58,6 mil aposentados e pensionistas, além de antecipar a aposentadoria do INSS para 35 mil deles por meio de um convênio com a Previdência Social. Ele destacou a existência de 36 participantes com mais de 100 anos que recebem o benefício da Fundação.

“As mulheres são um grande exemplo de longevidade. Dos 36 centenários que temos na FUNCEF, 30 são mulheres. A longevidade, muito ligada à qualidade de vida e ao bem-estar, nos impulsiona a nos dedicar cada vez mais a esse aspecto pelo compromisso social que temos”, disse Ferreira.

Cuidar das pessoas

O vice-presidente da Associação Brasileira do Cidadão Sênior (Abracs), Vagner Lacerda, apresentou dados que reforçam o potencial desse mercado. Segundo ele, 42% do gasto mundial hoje é feito por pessoas com mais de 50 anos.

“Os fundos têm que olhar mais para ativos que conversem com o envelhecimento e atendam melhor aos participantes e à sociedade em geral. Eles pagam, hoje, R$ 100 bilhões de benefícios por ano no Brasil. Isto poderia retroalimentar o sistema”, diz Lacerda.

Um dos exemplos apontados pelo especialista foi a construção de um residencial na Flórida, nos Estados Unidos, com casas preparadas para a população com idade mais avançada e toda a infraestrutura de hospitais, clínicas, restaurantes e lazer na comunidade. O espaço conta com 150 mil moradores em uma área de 147 km².

Brasil mais velho

Andrea Vanzillotta, coordenadora do Comitê Técnico de Previdência Fechada do Instituto Brasileiro de Atuária (IBA), destacou que o envelhecimento da população brasileira ocorre em ritmo mais rápido do que a média mundial, o que traz novos desafios às EFPC. Ela citou a Previ como exemplo. São 158 associados com mais de 100 anos hoje, e a projeção é que sejam mais de 3 mil em 2057.

“Os fundos têm que estar preparados”, afirmou Vanzillotta. “Há impactos na aposentadoria que valem tanto para o INSS quanto para os fundos de pensão”, completou.

Comunicação Social da FUNCEF

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