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Resultados

FUNCEF alcança segundo superavit em três anos e inicia redução de equacionamentos

Montantes pagos pelos participantes ativos e assistidos do REG/Replan Não Saldado cairão 16,5%, na média, a partir de abril

23 de Março de 2021

iStock.com

Apesar do cenário desafiador provocado pela pandemia, a FUNCEF obteve um enorme avanço em 2020. O superavit de R$ 2,57 bilhões alcançado no exercício, o segundo em três anos, permitirá uma redução média de 16,5% nos valores das contribuições extraordinárias pagas pelos participantes do REG/Replan Não Saldado a partir da folha de abril. 

No REG/Replan Saldado, maior plano da Fundação em ativos, o deficit que precisa ser eliminado para possibilitar a revisão das alíquotas de equacionamento caiu de R$ 2,17 bilhões, em dezembro de 2019, para R$ 197 milhões.

“Reduzir os equacionamentos sempre foi uma missão prioritária. Este resultado, produzido por uma equipe técnica e comprometida ao longo dos últimos quatro anos, marca uma virada de gestão. A Fundação consolidará esta reversão com uma governança cada vez mais sólida”, disse o presidente da FUNCEF, Renato Villela. 

O balanço de 2020, divulgado nesta terça-feira (23/3), aponta uma rentabilidade consolidada de 13,78% da carteira da Fundação, que ultrapassou os R$ 80 bilhões. Além de superar a meta atuarial pelo quarto ano seguido, trata-se do melhor desempenho dos últimos 10 anos.   

Em valores, o resultado recorde de R$ 9,7 bilhões foi 39% maior do que o registrado em 2019. Principal ativo da FUNCEF, o Fundo Carteira Ativa II, veículo pelo qual a FUNCEF investe direta e indiretamente em Vale, respondeu por 42% desta cifra (R$ 4,1 bi).

Resultado dos planos

As duas modalidades do REG/Replan, que concentram os investimentos no Carteira Ativa II, encerraram 2020 com a maior rentabilidade em 10 anos– 16,60% no Saldado e 14,11% no Não Saldado –, batendo com folga a meta de 10,19%.  

Além disso, por serem maduros, ambos os planos têm menor exposição à Bolsa e carregam uma carteira de títulos públicos com retorno médio alto marcados na curva, ou seja, que serão levados até a data de vencimento.

O Saldado entregou 77% do superávit de 2020 (R$ 1,99 bi). Já o Não Saldado contribuiu com mais R$ 587 milhões, o que permitiu uma amortização de R$ 389 milhões dos equacionamentos de 2015 e 2016. Em termos comparativos, isso equivale a quase 2 anos e meio de contribuições extraordinárias recebidas em 2020.  

Os planos mais jovens, Novo Plano CD e REB CD, com exposição na casa dos 35% em renda variável, foram afetados pela forte oscilação (volatilidade) do mercado de capitais trazida pela pandemia.

Mesmo assim, suas cotas se valorizaram 7,31% e 7,78% em 2020, respectivamente. Isso representa um desempenho sólido em comparação a 61 fundos de previdência privada de características semelhantes, segundo dados da Susep. Novo Plano CD e REB CD ficariam no Top 8 nos horizontes de investimento de 12, 18 e 24 meses.  

Carteiras de investimentos

Dos cinco grandes segmentos da carteira, apenas os investimentos imobiliários (+1,75%) não superaram a meta atuarial de 10,19% (INPC + 4,5 pp). Este desempenho já era esperado diante do agravamento da pandemia, que levou a medidas de restrição como o fechamento de shoppings e hotéis e a adoção de home office.

A renda dos aluguéis caiu à metade – de R$ 412,7 milhões, em 2019, para R$ 196,3 milhões –, tendo crescido 4,28%, enquanto o valor dos imóveis recuou 0,98% em sua reavaliação anual. 

Além do Fundo Carteira Ativa II, o resultado de 2020 está fortemente ancorado no desempenho da carteira de renda fixa (+11,31%), que concentra 56% dos recursos investidos pela FUNCEF. 

A renda variável também foi bastante afetada pela crise. Depois de pico negativo em março, a rentabilidade do portfólio de ações fechou 2020 em 3,22% contra 36% do ano anterior, graças a uma forte recuperação da Bolsa no último trimestre. 

Esse resultado está alinhado ao retorno do IBrX-100, indicador de referência da carteira que aponta o desempenho médio dos cem ativos mais negociados e mais representativos do mercado de ações brasileiro 

A participação direta em Invepar foi outro ativo relevante do segmento penalizado pela crise, embora esta carteira tenha um impacto limitado por representar apenas 2,4% do total de recursos investidos. 

Redução e eficiência dos gastos

A Fundação manteve-se firme na busca da eficiência dos gastos e maior produtividade. Um exemplo disso é que o quadro de pessoal foi reduzido em 11,37% desde 2014, passando de 633 profissionais para 561 em dezembro de 2020, com economia anual estimada em R$ 6,5 milhões.  

As despesas administrativas, que incluem pessoal e encargos, viagens, treinamento e serviços de terceiros, entre outros, tiveram um decréscimo real de 3,03% enquanto a inflação medida pelo INPC chegou a 5,45%. Parte disso se deve a economias resultantes da adoção de home office integral desde março de 2020.  

A FUNCEF também se destacou por apresentar o menor custo por participante entre os três maiores fundos de pensão do país pelo segundo ano seguido, de acordo com análise publicada pela Previc, órgão fiscalizador do setor de previdência complementar fechada. 

Ainda segundo o estudo, a taxa de administração da FUNCEF (despesas administrativas sobre recursos garantidores), que caiu a 0,23% em 2020, é 2,6 vezes inferior à média de 0,65% cobrada pelos 17 fundos de pensão considerados sistematicamente importantes para a Previc.

Já o volume de provisionamento contingencial manteve-se estável em R$ 1,2 bilhão.

Desafios para 2021

Com novas ondas da pandemia, a gestão de ativos segue ainda mais complexa diante das incertezas provocadas pela oscilação dos preços nos mercados financeiros. 

Soma-se a isso o principal desafio enfrentado pelos fundos de pensão, que é o de alcançar metas de rentabilidade da carteira de investimentos num novo cenário macroeconômico que considera alta da taxa Selic e da inflação e a pressão sobre a política fiscal brasileira.  

A Fundação revisou a sua política de investimento sempre com foco no longo prazo. Entre as oportunidades projetadas para 2021 estão a reestruturação da carteira imobiliária, com prazo de cinco anos e foco em imóveis com valores médios mais altos, e a criação de uma carteira de investimentos no exterior. 

Também existem estudos em andamento para a criação de um plano familiar e a implementação de uma estrutura organizacional mais enxuta.  

"Nos últimos anos, aprimoramos os processos de decisão de investimentos reforçando a governança, a gestão prudente de riscos e a transparência do processo. Arrumada a casa, a FUNCEF avalia com interesse todas as oportunidades de maximizar os recursos de seus participantes”, disse Villela.

Comunicação Social da FUNCEF

Tags: fundos de pensão investimentos FUNCEF redução equacionamento rentabilidade resultado investimentos resultados 2020 superavit

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