FUNCEF tem resultado recorde em 2017
Fundação reverte expectativas e projeta futuro sustentável
A FUNCEF avançou, em 2017, no processo de resolução de pendências do passado e abriu o caminho para a construção de um futuro sustentável.
Os destaques do balanço anual incluem o fim da perspectiva de novos equacionamentos, a superação da meta atuarial por todos os planos da Fundação e um resultado consolidado recorde de investimentos.
Os bons resultados criaram uma janela para a redução da taxa atuarial a um nível compatível com o novo patamar de juros reais da economia brasileira e o menor impacto possível aos participantes da Fundação.
“A redução da taxa atuarial é obrigatória diante do novo cenário econômico e seu efeito nos retornos dos investimentos. Construímos as condições necessárias e deixamos de criar deficits futuros, garantindo solvência e liquidez aos planos sem gerar equacionamentos”, afirma o diretor-presidente da FUNCEF, Carlos Vieira.
Essas condições incluem o impacto positivo de R$ 1,02 bilhão no exercício relativo ao acordo de leniência firmado pelo Ministério Público Federal com a J&F e a redução em R$ 1 bilhão do provisionamento contingencial mediante revisão criteriosa das probabilidades de perda.
Rentabilidade
A rentabilidade média dos planos da FUNCEF foi de 12,64% em 2017, superando a meta atuarial pela primeira vez desde 2010.
O resultado consolidado dos investimentos, de R$ 6,9 bilhões, é o maior da história da Fundação, 103,8% superior ao do ano anterior. Trata-se ainda do melhor resultado apurado nos últimos sete anos pelo critério do retorno sobre os Recursos Garantidores (RGPB), que somavam R$ 60 bilhões ao final de 2017.
A carteira de renda fixa, onde estão aplicados seis de cada dez reais geridos pela FUNCEF, rendeu 8,91%. Já a de renda variável a mercado obteve ganhos de 28,22%, em linha com a recuperação do mercado de capitais brasileiro e acima dos índices Ibovespa (+26,86%) e IBrX 100 (+27,55%).
E a reavaliação da Vale, principal ativo no portfólio da Fundação, cuja participação via FIA Carteira Ativa II registrou alta 13,6%, contribuiu com R$ 657 milhões para o resultado.
Os investimentos estruturados também se destacaram por sua valorização (+22,14%), puxada pela venda da participação indireta na Eldorado Celulose por R$ 666 milhões, que trouxe retorno acima da meta atuarial para o período que esteve em carteira.
Sustentabilidade futura
A FUNCEF iniciou em 2017 a implementação de uma nova estratégia para recuperar o REG/Replan Saldado e Não Saldado, que levou em conta mais de 20 mil cenários projetados.
As medidas de maior impacto imediato, aprovadas pelos órgãos colegiados da Fundação, foram a redução para 4,50% da taxa de juros da meta atuarial dos quatro planos e a decisão inédita de equacionar integralmente o deficit acumulado no REG/Replan Saldado registrado em 2016.
O efeito da redução da meta atuarial será compensado em parte pelo chamado ajuste de precificação, que é um ganho formado pela diferença entre a meta atuarial e a rentabilidade futura dos títulos públicos com marcação na curva, que irão permanecer na carteira de investimentos da Fundação até o vencimento.
Como esses títulos têm retornos reais prefixados (com rentabilidade definida na hora da compra), a redução da meta amplia o valor do ajuste de precificação, mitigando o impacto nos planos de benefícios.
Desafios para 2018
A fundação encerrou 2017 com deficit ajustado consolidado (deduzido o ajuste de precificação) de R$ 2,5 bilhões, dentro da margem técnica estabelecida pela resolução CGPC 26/2008, o que elimina a necessidade de um plano de equacionamento. O desafio agora, observa o presidente da FUNCEF, é buscar o equilíbrio dos planos e acelerar a redução dos prazos dos equacionamentos vigentes.
“Nosso balanço é um somatório que retrata o acerto de estratégias adotadas. Geramos solidez a fim de estruturar a Fundação para um novo ciclo a partir de 2018, que resulte em uma FUNCEF enxuta e moderna”, diz Carlos Vieira.
Resultado consolidado dos investimentos
(R$ bilhões)

Rentabilidade x meta atuarial nos últimos 10 anos* (%)
* A partir de 2015, comparada à meta do maior plano

Destaques do exercício
Rentabilidade média dos planos da FUNCEF em 2017
%
Resultado consolidado dos investimentos (R$)
bilhões
A FUNCEF em números
A FUNCEF é o terceiro maior fundo de pensão do país, com 7,4% dos ativos totais do setor, segundo a Previc.
Participantes da FUNCEF
Resultado consolidado dos investimentos
(R$ bilhões)
Alocação dos investimentos da FUNCEF
(%)
Ativo total
(R$ milhões)
Crescimento dos Recursos Garantidores – RGPB
(R$ bilhões)
Rentabilidade x meta atuarial nos últimos 10 anos* (%)
* A partir de 2015, comparada à meta do maior plano
Rentabilidade x meta atuarial
por plano (%)
Investimentos
FUNCEF obteve resultado consolidado dos investimentos de R$ 6,9 bilhões, o maior da história da Fundação, dobrando o registrado no ano anterior. Trata-se ainda do melhor desempenho da carteira da Fundação apurado nos últimos sete anos pelo critério do retorno sobre os Recursos Garantidores (RGPB), que somavam R$ 60 bilhões ao final de 2017.
O objetivo de superar a meta em um ponto percentual para recuperar a parcela do deficit dos planos maduros e rentabilizar a cota dos participantes dos planos jovens acima do índice de referência, garantindo um incremento da reserva matemática individual, foi alcançado com folga.
O grande destaque foi renda variável a mercado, ou seja, de ações listadas na Bolsa de Valores. A alocação de R$ 5,4 bilhões, que representa 9% do portfólio de investimentos, trouxe ganhos de R$ 1,2 bilhão. A estratégia de investimento envolveu várias frentes, entre elas o ajuste dos riscos a níveis coerentes com a maturidade dos planos e a prioridade a liquidez. A equipe de investimentos também rebalanceou a carteira de ações em linha com oportunidades do mercado de capitais.
A alocação de recursos foi ampliada em papéis de alto crescimento – aquelas cujos lucros cresceram acima da média no passado e das quais se espera o mesmo no futuro – e pagadores de dividendos. Parte da carteira foi indexada para replicar a performance do mercado. Posicionada para aproveitar as novas máximas da Bolsa, a FUNCEF alcançou uma rentabilidade de 28,22%, acima dos índices Ibovespa (+26,86%) e IBrX 100 (+27,55%).
A reavaliação da Vale, principal ativo no portfólio da Fundação, cuja participação via FIA Carteira Ativa II registrou alta 13,6%, contribuiu com R$ 657 milhões para o resultado. Os investimentos estruturados também se destacaram por sua valorização (+22,14%), puxada pela venda da participação indireta na Eldorado Celulose por R$ 666 milhões, que trouxe retorno acima da meta atuarial para o período que esteve em carteira.
Para 2018, a mudança do patamar de juros reais no Brasil (descontada a inflação) exigirá mudanças estruturais no portfólio de investimentos, uma vez que, neste novo cenário, o retorno dos títulos públicos perde sua atratividade. O ano promete ser de bastante volatilidade, principalmente por conta da eleição presidencial, o que pode trazer algum impacto no curto prazo, sem comprometer o horizonte de longo prazo dos fundos de pensão.
Para a FUNCEF, a busca por liquidez segue primordial a fim de assegurar a agilidade para aproveitar eventuais oportunidades no mercado.
Carteira da FUNCEF em 2017
Desempenho por tipo de ativo (%)
Rentabilidade por Plano de Benefícios
Desempenho por tipo de ativo (%)


