Carta do gestor FUNCEF

Carta de Gestão de Investimentos 001 - 1º semestre de 2025

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A tempestade e o timoneiro

Olá, participante!

Navegar exige mais do que uma rota. Exige atenção ao céu, sensibilidade ao vento e, acima de tudo, propósito. A FUNCEF, com seu patrimônio robusto e foco no longo prazo, é como um grande navio. Nós não mudamos de direção ao menor sinal de onda — e nem devemos. Mas quando o mar se agita demais, ajustamos as velas. Reposicionamos. Buscamos águas mais calmas, sem jamais perder o rumo.

E foi exatamente isso que fizemos no primeiro semestre de 2025. Convidamos você para acompanhar essa travessia, entender nossas decisões de investimentos e, mais do que isso, ver como o seu futuro é conduzido com cuidado, estratégia e transparência.

O CENÁRIO: CÉU FECHADO, MAS COM BRECHAS DE SOL 

A travessia de 2024, atingida em cheio por furacões e ciclones, não nos permitiu ir contra a correnteza. O ano de 2025 também começou com turbulência, mas com uma correnteza mais calma. A “guerra comercial” voltou aos holofotes: os Estados Unidos, sob nova direção, aplicaram tarifas de importação que sacudiram os mercados globais. O dólar despencou frente a outras moedas, o capital internacional se deslocou, e os preços dos ativos oscilaram com força.

No Brasil, o clima também foi incerto. Dificuldades fiscais, inflação acima da meta e a taxa Selic atingindo 15% ao ano — o maior patamar desde 2006. Ainda assim, houve oportunidade. A bolsa brasileira subiu 15,4%, puxada pelo capital externo, que viu potencial nas águas brasileiras.

O que nos leva à seguinte questão: como cada navio da FUNCEF navegou esse mar?

Estratégias e Resultados

IMUNIZAÇÃO, ESTABILIDADE E FOCO NO PAGAMENTO DE BENEFÍCIOS

As duas modalidades do REG/Replan, um plano mais maduro e com grande parte dos participantes já aposentados, exigem outro tipo de navegação. Elas precisam de segurança, estabilidade e fluxo previsível. Nas águas do Brasil, isso é difícil. O foco aqui não é chegar rápido demais. É entregar, mês a mês, os compromissos assumidos com nossos participantes.

Para isso, desde 2022, temos reestruturado as carteiras: saímos de ativos mais voláteis e migramos para Títulos Públicos Federais marcados na curva, que oferecem previsibilidade, proteção contra a inflação e alinhamento com os pagamentos dos benefícios. Esse movimento é chamado de imunização do passivo alinhado ao casamento de fluxo de caixa.

Hoje, cerca de 70% da carteira desses planos está alocada em títulos públicos na curva. Além disso, mais de 80% dos recursos estão em renda fixa. A exposição à renda variável foi reduzida a 3%, respeitando o perfil de baixa tolerância a risco do REG/Replan.

Resultado? O risco da carteira caiu drasticamente. Passamos de uma volatilidade próxima a 7% para abaixo de 2%. Isso significa que estamos menos expostos às condições do tempo nesses navios. O trajeto será mais estável e previsível, dois pilares fundamentais para quem está recebendo seus benefícios.

Os planos superaram a meta atuarial no período, esperamos uma continuidade desse resultado para o ano. Esse desempenho reforça a assertividade da estratégia adotada, que proporcionou maior previsibilidade aos retornos e reduziu significativamente a exposição a oscilações de mercado.

AJUSTE DE VELAS PARA MANTER O RUMO DO LONGO PRAZO

Nos planos CD, o objetivo é acumular o maior saldo possível para sua aposentadoria. Nas águas turbulentas brasileiras, isso exige uma gestão mais dinâmica, que aproveite oportunidades de mercado, sem perder o foco na alocação estratégica e no longo prazo.

Durante o semestre, realizamos três movimentos estratégicos relevantes. O primeiro foi a reclassificação dos títulos públicos (NTN-Bs) que estavam marcadas a mercado e puderam ser marcadas na curva a partir da Resolução CNPC nº 61/2024. O segundo foi a venda de títulos curtos para a compra de títulos mais longos, também marcados na curva.

E, por fim, realizamos uma grande parte da estratégia de realizar ganhos na renda variável líquida, após forte valorização da bolsa, e adquirir títulos públicos marcado na curva com esses recursos. É tipo sair um pouco do navio, pegar uma prancha e surfar a onda. Surfamos a oportunidade e deixamos o portfólio mais ajustado, trocamos a rota para um caminho com menos temporais.

Reduzimos o risco (volatilidade) das carteiras do Novo Plano CD e REB CD em cerca de 60%.

O excelente desempenho das classes de ativos com maior risco foram fundamentais para o resultado dos planos no semestre. Conseguimos superar o índice de referência dos planos com folga, bem como o CDI. Em um clima de constante mudança climáticas, a ótica de longo prazo e a exposição a diferentes tipos de risco, favorecem a navegação.

Uma pausa rápida para falar da famosa marcação na curva

Imagine dois caminhos até o mesmo destino: um é uma estrada reta e tranquila (marcação na curva) e o outro é uma estrada cheia de curvas e buracos (marcação a mercado). Nos dois casos, você chega no mesmo lugar, nesse caso, o valor final e a rentabilidade do título. Mas o primeiro não oferece sustos no caminho.

NAVIOS QUE SÓ NAVEGAM EM ÁGUAS TRANQUILAS

Alguns navios são feitos para navegar suavemente em mar calmo. Com quase 90% do patrimônio alocado em títulos públicos federais marcados na curva, esses planos foram pouco afetados pelas turbulências do semestre. E isso é proposital, pois a estratégia mira a estabilidade, não o excesso de retorno. A prioridade aqui é garantir que os recursos estejam disponíveis na hora certa, todos os meses, para quem já recebe o seu benefício.

Os resultados refletem o bom desempenho dos títulos públicos marcados na curva, ativos que caminham com estabilidade ao longo do tempo, protegidos das oscilações diárias do mercado.

As perspectivas seguem positivas. Com uma carteira composta majoritariamente por ativos de alta previsibilidade, a tendência é de rentabilidade consistente, baixa volatilidade e alto grau de segurança financeira. Isso reforça a capacidade desses planos de honrar seus compromissos, pagar benefícios em dia e manter o equilíbrio de longo prazo, ainda que o mar lá fora esteja agitado.

Perspectivas: seguir navegando com prudência e propósito

O segundo semestre deve seguir desafiador. A incerteza fiscal, a política monetária restritiva e os ventos do cenário internacional continuam no radar. Ainda assim, seguimos confiantes que nossos planos estão bem posicionados.

Para os planos CD, manteremos a busca por boas oportunidades com disciplina e visão de longo prazo. Para os planos REG/REPLAN, seguiremos avançando na imunização do passivo e buscando soluções para que os recursos estejam disponíveis no momento certo, com o menor risco possível.

A Diretoria de Investimentos e Participações está comprometida com a sustentabilidade dos planos, com a boa gestão dos investimentos e, principalmente, com a clareza na comunicação com você, participante. Essa carta é um convite para que você acompanhe, entenda e confie na rota que estamos navegando juntos.

Seguimos firmes no leme e o destino é o seu futuro!

Até a próxima carta,

Diretoria de Investimentos e Participações – FUNCEF