FUNDAÇÃO DOS ECONOMINÁRIOS FEDERAIS

Mensagem da Diretoria Executiva

O desafio de administrar planos de benefícios em um cenário econômico adverso

 

2014 foi outro ano de baixo desempenho econômico da economia mundial, situação que impactou os resultados da FUNCEF, nos diversos segmentos de investimentos. Os resultados também foram afetados pelo crescimento das provisões para cobertura do contencioso judicial, decorrente de ações movidas por participantes e assistidos contra os planos de benefícios.

No ano, considerando o segmento das entidades fechadas de previdência complementar como um todo, o retorno médio dos investimentos foi de 7,07%, frente uma meta atuarial de 12,07%.

Mesmo diante de uma conjuntura adversa, o total de investimentos dos planos de benefícios apresentou evolução de 3,6% e atingiu R$ 54,2 bilhões.

Apesar do fraco desempenho da economia global, nos três últimos anos a Fundação obteve rentabilidade acumulada positiva em todas as carteiras de investimentos, com destaque para o segmento de imóveis, cuja rentabilidade média do período foi de 20,21%. Com exceção da renda variável, a FUNCEF superou a meta atuarial em todos os segmentos.

O REG/REPLAN, na modalidade não saldada, apresentou déficit acumulado de R$ 401,393 milhões. A modalidade saldada, apresentou, no acumulado, desequilíbrio atuarial de R$ -5,142 bilhões. O REB, por sua vez, fechou com resultado superavitário de R$ 11,004 milhões, enquanto o NOVO PLANO apresentou déficit de R$ 30.252 milhões.

À luz da legislação aplicável aos fundos de pensão, com o fechamento do Balanço de 2014, foi constatada a necessidade de apresentação de plano de equacionamento de déficit para o REG/REPLAN, em ambas as modalidades, em razão de resultado deficitário por três anos consecutivos. A proposta de equacionamento deverá ser aprovada pelos órgãos internos e externos até dezembro de 2015, com implementação a partir de abril de 2016.

Para o NOVO PLANO e o REB não será necessária elaboração de plano de equacionamento. Embora ambos tenham apresentado resultados inferiores à meta atuarial nos últimos dois anos, o déficit do primeiro não ultrapassou o patamar de 10% da reserva matemática, e o segundo se mantém superavitário no acumulado.

O déficit decorre, fundamentalmente, de três fatores que impactaram de forma mais expressiva os resultados da FUNCEF:

 

  1. Queda acentuada no preço do minério de ferro, que de junho de 2011 a dezembro de 2014 caiu mais de 63%, passando de US$ 187,18 para US$ 68,80 a tonelada. Esta variação impactou significativamente na avaliação do FIA Carteira Ativa II, cujos ativos são lastreados por ações da companhia Vale S.A. De R$ 9 bilhões em 2011, o FIA caiu para R$ 5,6 bilhões em 2014, ou seja, de 2012 a 2014, o valor deste investimento recuou aproximadamente R$ 3,7 bilhões;
  2.  

  3. O comportamento das carteiras de ações negociadas em bolsa de valores, que nos três últimos anos também acumularam perdas.  A FUNCEF encerrou o exercício de 2014 com investimentos de aproximadamente R$ 5 bilhões em ações na Bolsa de Valores de São Paulo. De 2012 a 2014, o Ibovespa recuou 12%, influenciando fortemente nos resultados de investimento da FUNCEF, que no mesmo período tinha como meta render 39,84% (meta atuarial); e
  4.  

  5. Crescimento das provisões para cobertura do contencioso judicial, decorrente de ações movidas por participantes e assistidos contra os planos de benefícios. Em 2014, esse provisionamento se aproximou de R$ 1,5 bilhão, equivalente a quase 25% do déficit atuarial acumulado.

 

Apesar do quadro desfavorável no ano de 2014, a FUNCEF segue sólida e com plena capacidade de honrar todos os seus compromissos, em especial no que se refere ao pagamento dos benefícios contratados, e trabalha diuturnamente para garantir a liquidez e solvência dos planos de benefícios administrados, com objetivo maior de promover segurança e qualidade de vida aos seus mais de 137 mil participantes.

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